segunda-feira, 22 de março de 2010

Um Café, A Conta e o Resultado do Futebol

Eis que enquanto esses malditos céus,

incertos e confusos choram,

surge, de forma quase espontânea:

o meu maldito sorriso.

O sorriso saudoso sem saudade

que ao invés de falta do passado,

veio com vontade de presente.

Presentes!

O sorriso de “Confieso que he vivido”

A alegria sísifa de descer o tobogã;

O frio na barriga, aquele muy conocido

câncer de órgão nenhum.

Me sinto pago, pagão.

Disposto a atravessar a floresta.

Mas se o trânsito vier e me acorrentar,

eu sempre posso ler no caminho

Ou até ouvir,

música

ou

ruido

domingo, 21 de março de 2010

É engraçado como muitas vezes, possuídos

pela humana necessidade de nos encaixarmos,

procuramos metáforas, símbolos ou signos.

Enquanto a maldita história, estava bem ali.

Primeiro veio Pessoa,

depois poços, flôs e pôs,

que levianos e desesperados

tentamos reduzir ao pó

Uma praia, com um começo e um final.

Enseada bruscamente dividida em duas

por qualquer plano urbanístico idiota

de algum homem sem amor

A nossa praia,

que começou naquelas pedras

e terminou naquelas pedras,

de ondas ferozes, quase agressivas:

Sentados zombando da força do mar

Um pontos, dois pontos.

mas o que nos interessava

eram as virgulas,,,

que não foram poucas.

domingo, 7 de março de 2010

Soneto de Yrupé

Flor que há muito já desabrochou
Formosa, cresce e presenteia o rio Paraná
De regalo o seu aroma, sempre o mesmo
Sempre terno.

Não chora,
Isto é, sabe não desperdiçar lágrimas
É que o sorriso vale muito mais que a tristeza
que vez por outra contamina as águas.

Felizes são os peixinhos,
e todas as criaturas que vivem em comunhão
com tão bela flor.

Para ela, só restam as risadas
daquela maldita câimbra
que um dia me assaltou.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Melancolia escondida
tédio escolhido
nenhuma novidade
Eis que surgem aquelas águas
de tom incrível.
Lavam o terceiro mês.
Privilégio carioca,
eu diria.
Que venham pingos, pingas e canivetes!
Percorram meu corpo levando algo dele pro mundo,
Caso não levem, que ao menos lavem
E entrem pelas canaletas das ruas
adentrem os esgotos dos ratos
os tubos que encobrem toda essa escória invisível
e façam o percurso necessário para
longe do meu olhar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sobre Vulcões, Flores e Incertezas

É difícil voltar.
Logo eu, que andava me achando corajoso,
capaz de cruzar continentes e subir vulcões.
Que me sentia capaz de tocar qualquer flor,
logo agora, fiquei sem palavras.

Que mentira.
Em alguns dias elas voltam, e junto com ele.
O sorrisinho sarcástico que zomba,
Que sabe que quase todo “You don’t know me”
Não passa de um humano “I don’t know”

Além do mais,
Não posso me esquecer do amor,
da cidade do amor
Que tem em seu relevo e em suas mulheres
coordenadas bastante semelhantes

E é assim que vos saúdo:
Rio, rio, riam!
Mas que saudades!