terça-feira, 23 de novembro de 2010
Alcachofra
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
olhos continuam imensidão
quantos nós há nos seus olhos!
um país, uns vinte continentes
faz-se frio e surge tua cabana
aparece como copeques em rua cheia
como no mercado de feno,
tomamos doses de lua
faz-se, surge quando
a vida está na melhor parte
ao meio dia do destino em
pleno sol da meia noite e
faz-se branca, a noite
quando as pontes levantam,
e ficamos distantes
paralelos
e, como faz-se o cobre
bronze, aos olhos do poeta
o cavaleiro que guarda o rio
nos fazemos, (um ao outro)
espantados
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Lenço
sábado, 19 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Barco
Ao tato de um
tal em papo de dois
aprendi a dar-me inteiro
Sempre
salto ávido (convite)
com os olhos, salto
nunca profundo
Solto
se parnasiano
erro meus dias
em esmo
Agarro
ao toque do sino
ouço o rangido (atino)
é o cabo d’âncora
Sorte
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Condimentos da Bruxa Má
para chorarmos no futuro
todo aquele gás hilariante
Uma patada na arrogância
coice do asno
astuto e asmático
Uma picada no cupido
flechada insecta
soro antiofídico
E ao meu coração
algum decoro
de corpo cansado
quinta-feira, 13 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
Se um dia você acordar na linha W...
Há em Astoria
um chinês que aos sábados,
quando vou à lavanderia
rí de tudo que faço
Há em Astoria
um mercado de esquina
com mais azeitonas e burcas
que etiquetas no trans-fat
Há em Astoria (bem cedinho)
um vento que de tão gelado
quando abro a porta sussurra:
Você precisa de luvas.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
I
Eu me via escravo daquela construção
que em presença da bela mudava de forma
Vidro barato, grades de proteção e os jardins
infestados de cuidado! (veneno de rato)
Tudo fascinante aos nossos olhos coniventes
Aos corpos quentes e juntos a verdade se mostrava:
Vitrais de Murano, muralhas chinesas e jardins mouriscos
com veias d’água em labirintos de frutas mil
II
E os aromas transcendiam a maresia
Agora eu lia Laranjeiras, Papoulas e Damas da Noite
Até o azul se mostrava diferente
ciano, índigo e céu
Descobri os segredos da alquimia!
Quando recebi tácito presente
o verdejante “u” me fez poesia
amordaçou-me às Tílias inexistentes
III
Fundei um clube, era sócio afundador
Uma sociedade de corações rotos
onde brindávamos com bebida barata
enquanto encenávamos falsos confortos
Não era o bar, o péssimo bar
não eram os copos de vidro, mal lavados
Eram apenas os nossos relógios
ao meio dia em fuso errado
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Soneto À Passarinha
Linda, daqueles
olhos incompreensíveis
é a passarinha
que surgiu na janela
Passando,
não tomando água
que passarinho
não bebe
Passarinha, vê se não passa!
Não caia em má figura de linguagem,
em rima pobre
Tadinha, tão envergonhada
Enquanto bebe a sua água
Tão passarinha
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Ele era forte, diziam.
era sorte, eu dizia.
Fato ou furto,
funcionava.
Lia e jogava,
não gostava com razão.
- Imoral! - julgava-o.
Quando isso ainda existia
Até que de supetão,
talvez farto,
fatalmente roto;
caiu.
As pernas já não existiam.
Nem a beleza.
Até o amor subalterno
acabou.
Passou a correr
sem pernas, (isso é só passar)
passou a comprar
e pagar
Meu amigo,
logo você, assim mortal?
O negócio agora é
Paz?
quarta-feira, 7 de abril de 2010
O Olimpo é sujo!
O Olimpo é sujo! Mas que mania de endeusar. Que absurdo a inexistência de deuses, também. A palavra é forte e assustadoramente comum, presente no vocabulário de todos, na cultura do todo e no julgamento de tudo.Dá medo.
A mim, dá mais graça que medo. Que engraçado essa pergunta ter uma resposta. Qualquer opção que se concretize torna a outra cômica. Imaginem, bilhões de fieis errados, as guerras santas, a inquisição, e o pior de tudo: a castidade. Além disso, todos os milhões julgados e jogados às feras, os escravinhos que carregaram toneladas de blocos de pedra para propiciar uma confortável vida post mortem aos faraós e até mesmo o parto esquisito da mulher do Tom Cruise. Foi pra nada!
O outro lado é bacana também. Grandíssimos intelectuais errados! E vai tudo que nos dá prazer por água baixo: Ter princípios vira compulsório. O outro passa a ser relevante - que preguiça, confesso. Além disso, e a burocracia de um mundo com Deus. Inúmeras almas se esbarrando, filas quilométricas e banheiros químicos.
É, aparentemente o sentido da vida é algo bem chato, não há segredo: somos todos condenados a um destino trágico e cômico, hahaha.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Um Café, A Conta e o Resultado do Futebol
Eis que enquanto esses malditos céus,
incertos e confusos choram,
surge, de forma quase espontânea:
o meu maldito sorriso.
O sorriso saudoso sem saudade
que ao invés de falta do passado,
veio com vontade de presente.
Presentes!
O sorriso de “Confieso que he vivido”
A alegria sísifa de descer o tobogã;
O frio na barriga, aquele muy conocido
câncer de órgão nenhum.
Me sinto pago, pagão.
Disposto a atravessar a floresta.
Mas se o trânsito vier e me acorrentar,
eu sempre posso ler no caminho
Ou até ouvir,
música
ou
ruido
domingo, 21 de março de 2010
É engraçado como muitas vezes, possuídos
pela humana necessidade de nos encaixarmos,
procuramos metáforas, símbolos ou signos.
Enquanto a maldita história, estava bem ali.
Primeiro veio Pessoa,
depois poços, flôs e pôs,
que levianos e desesperados
tentamos reduzir ao pó
Uma praia, com um começo e um final.
Enseada bruscamente dividida em duas
por qualquer plano urbanístico idiota
de algum homem sem amor
A nossa praia,
que começou naquelas pedras
e terminou naquelas pedras,
de ondas ferozes, quase agressivas:
Sentados zombando da força do mar
Um pontos, dois pontos.
mas o que nos interessava
eram as virgulas,,,
que não foram poucas.
domingo, 7 de março de 2010
Soneto de Yrupé
Formosa, cresce e presenteia o rio Paraná
De regalo o seu aroma, sempre o mesmo
Sempre terno.
Não chora,
Isto é, sabe não desperdiçar lágrimas
É que o sorriso vale muito mais que a tristeza
que vez por outra contamina as águas.
Felizes são os peixinhos,
e todas as criaturas que vivem em comunhão
com tão bela flor.
Para ela, só restam as risadas
daquela maldita câimbra
que um dia me assaltou.
quarta-feira, 3 de março de 2010
tédio escolhido
nenhuma novidade
Eis que surgem aquelas águas
de tom incrível.
Lavam o terceiro mês.
Privilégio carioca,
eu diria.
Que venham pingos, pingas e canivetes!
Percorram meu corpo levando algo dele pro mundo,
Caso não levem, que ao menos lavem
E entrem pelas canaletas das ruas
adentrem os esgotos dos ratos
os tubos que encobrem toda essa escória invisível
e façam o percurso necessário para
longe do meu olhar.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Sobre Vulcões, Flores e Incertezas
Logo eu, que andava me achando corajoso,
capaz de cruzar continentes e subir vulcões.
Que me sentia capaz de tocar qualquer flor,
logo agora, fiquei sem palavras.
Que mentira.
Em alguns dias elas voltam, e junto com ele.
O sorrisinho sarcástico que zomba,
Que sabe que quase todo “You don’t know me”
Não passa de um humano “I don’t know”
Além do mais,
Não posso me esquecer do amor,
da cidade do amor
Que tem em seu relevo e em suas mulheres
coordenadas bastante semelhantes
E é assim que vos saúdo:
Rio, rio, riam!
Mas que saudades!
domingo, 31 de janeiro de 2010
30km
no cinturao de fogo
Pacífico
os meus dedos
nao existem
hoje nao
Ainda falta
pra descida
acabar
Te vi gigante
pele de sofá
sonhei
terremotam-se
enquanto eu
f-rio
Mas em suma
tudo lindo
menos eu